NÃO OLHE PRA TRÁS
Um filme que tenha Al Pacino no papel principal já é meio caminho andado para ser sensacional. O que complementa isso para que a obra seja perfeita é um bom roteiro e uma boa direção. E é exatamente isso que acontece em "Não Olhe Pra Trás". Al Pacino é Danny Collins, um cantor e compositor que não aguenta mais cantar suas canções para um público envelhecido, fazendo com que ele viva no passado. Até que ele recebe uma carta e isso muda completamente sua vida.
Até quem mandou essa carta faz com que o filme seja ainda mais legal. E saber que a história foi baseada em fatos reais torna este longa uma excelente pedida pra quem quer assistir a um filme gostoso, que flui, e que tem uma mensagem para passar. A interpretação de Al Pacino é uma das melhores que eu já vi não só em sua carreira, mas no cinema como um todo. Ele consegue de forma fácil captar sua empatia e equilibra como um maestro o tom cômico e dramático. Ao mesmo tempo em que sabemos que ele não foi uma pessoa que seguiu a linha corretamente a vida toda, torcemos por ele mesmo assim. Al Pacino é tão foda que nem parece o mesmo ator que fez Michael Corleone na perfeita trilogia "O Poderoso Chefão". Todos os outros personagens também estão muito bem interpretados, temos Christopher Plummer, Annett Bening, Jennifer Garner, mas quero destacar aqui a atuação da pequena Giselle Eisenberg, que tem uma química muito boa com Pacino e é muito engraçada ao mesmo tempo.
A edição casa com a fluidez de forma perfeita, o filme passa voando e você nem percebe. Aliás, só de ver a atuação de Al Pacino já é um bom motivo para não querer que o filme acabe. A trilha sonora contém canções de John Lennon, ou seja, não é preciso falar mais nada. Não vi erros neste filme. É tudo tão natural e sincero: as interpretações, os dilemas, o transtornos, o motivo principal da vida de Danny, enfim...
"Não Olhe Pra Trás" foi infelizmente e INJUSTAMENTE um fracasso de bilheteria em 2015, tendo um orçamento de 10 milhões de dólares com uma arrecadação de apenas 7. Sem contar a falta de popularidade. Uma pena. Uma pena que uma obra tão magnífica como esta passe despercebida aos olhos de muitas pessoas, muitas das quais usaram estes mesmo olhos para ver filmes como "A Grande Aposta" e "Cinquenta Tons de Cinza". "Não Olhe Pra Trás" é um dos melhores filmes de 2015, e digo mais, Al Pacino merecia uma indicação ao Oscar.
NOTA: 10