PONTE DOS ESPIÕES
Tom "Fucking" Hanks é James Donovan, um advogado que recebe uma missão diferente de todas que já teve: negociar a troca de um espião soviético capturado pelo governo americano por um piloto americano capturado pela União Soviética, em meio à Guerra Fria.
Mais uma vez temos a junção de Spielberg, Tom Hanks e guerra. Uma mistura que já provou ter dado certo. O destaque deste filme vai para as interpretações. Todas são excelentes, mesmo para aquelas que aparecem muito pouco, como uma das filhas de Donovan, interpretada por Eve Hewson (filha do vocalista Bono, da banda U2). Tom Hanks atuando é algo que não precisa explicar.
Mesmo sabendo que o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante não vai para Mark Rylance, ele certamente o merecia por sua interpretação no papel de Rudolf Abel. Ainda bem que pelo menos reconheceram seu trabalho com uma indicação. Sua atuação é séria, simples e ao mesmo tempo consegue transmitir tudo que sua personagem está passando. Ele chega até a estabelecer ma certa amizade com Donovan.
Por ser baseado numa história real, o roteiro é muito bom, te prende. Há momentos onde o suspense é completado pelo alívio. E no final, no clímax da história, você certamente espera por clichês quando na verdade eles não acontecem. Ou seja, o filme apenas retrata exatamente o que aconteceu. Talvez o final não teria sido o mesmo se a história não fosse real.
Outro ponto do filme que não pode ser deixado de lado é a direção de arte. É outra categoria que o longa está indicado, porém infelizmente ele não deve levar a estatueta. Seria muito justo que sim afinal é perfeita a reconstrução do cenário da Guerra Fria em meio a Berlin, você acredita no que vê, parece que fomos teletransportados algumas décadas no passado. Isso somado à bela edição faz o filme ser crível e flui perfeitamente. Em momento nenhum você se sentirá cansado.
"PONTE DOS ESPIÕES" é um filme objetivo, sem enrolações, que já mostra de início para que veio. Para aqueles que amam história e política, o filme é um prato cheio.
NOTA: 8.0